Tuesday, November 27, 2007

O tempo profundo da geologia


Se não me engano, foi John McPhee quem cunhou a expressão "tempo profundo" para designar a dimensão do tempo geológico, um tempo que, medido em bilhões e milhões de anos, foge à nossa compreensão. As duas fotos foram tiradas em 24 de novembro nos cânions da Fortaleza e do Itaimbezinho, respectivamente, situados na divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (borda sudeste da Bacia do Paraná). Essas magníficas escarpas basálticas de até 800m de altura, assentadas sobre arenitos do grande deserto Botucatu, são testemunhas de processos que só podem ser compreendidos mesmo à luz do "tempo profundo". Essas escarpas fazem parte da "certidão de nascimento" do continente sul-americano, há aproximadamente 120 milhões de anos, no Mesozóico, quando o oceano atlântico, que hoje não está muito distante das mesmas, começou a ser formado a partir da fragmentação do supercontinente Gondwana, nos separando para sempre (?), lenta e constantemente, do continente africano (maiores detalhes geológicos podem ser encontrados em http://www.cprm.gov.br/Aparados/ap_geol_pag01.htm).

Thursday, November 08, 2007

III Congresso Brasileiro e I Congresso Catarinense de Sistemas





O III Congresso Brasileiro e I Congressso Catarinense de Sistemas contou com 75 participantes inscritos, oriundos de 8 estados brasileiros (Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins), além do Distrito Federal. Nos Anais do Congresso estão publicados 45 trabalhos, o que aponta para um crescente interesse pelo assunto no Brasil. Neste Congresso, a programação prevista foi cumprida integralmente. No encerramento do Congresso foi anunciado que a Uni-FACEF, de Franca (SP), sediará nos dias 28 e 29 de outubro de 2008 o IV Congresso Brasileiro de Sistemas. Na mesma oportunidade também foi anunciado que o Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas da Universidade Federal de Sergipe, em Aracaju, manifestou interesse de realizar o V Congresso Brasileiro de Sistemas.

Concluído o Congresso, é oportuno fazer uma avaliação...(continua)

Monday, November 05, 2007

Realizado III Congresso Brasileiro e I Congresso Catarinense de Sistemas



Nos dias 24 e 25 de outubro, foi realizado no Hotel Maria do Mar, em Florianópolis (SC), o III Congresso Brasileiro e o I Congresso Catarinense de Sistemas. O tema geral dos congressos era "Prática Sistêmica em Situações de Complexidade" .


A seguir reproduzo a minha mensagem de abertura:

"Prezados amigos, prezadas amigas,

“Vivemos, talvez, um momento de transição do padrão civilizatório. Um tempo de perplexidades. A ameaça de desastres climáticos, pandemias e conflitos ético-religiosos, inspira cenários apocalípticos de morte e destruição. Enquanto isso, o processo científico-tecnológico, a criação de uma rede mundial de comunicação, a interação sem precedentes das mais diversas matrizes culturais abrem perspectivas inéditas para o desenvolvimento humano”.

Tomo emprestado estas primeiras palavras do Editorial do primeiro número, de agosto deste ano, da revista Le Monde Diplomatique Brasil. Poderíamos dizer que este cenário bem descreve a situação de complexidade que vivenciamos nos dias de hoje. Ela reúne interdependências, incertezas, controvérsias, múltiplos interesses, e posições extremadas. Diz ainda o mesmo Editorial que “não temos, no Brasil, a tradição de olhar de forma abrangente [eu diria, de forma sistêmica] a conjuntura global. Por isso, mais do que nunca, precisamos de reflexões aprofundadas que instaurem, entre nós, espaços de lucidez”. E é desta perspectiva que se situa este III Congresso Brasileiro e I Congresso Catarinense de Sistemas, cuja temática é Prática Sistêmica em Situações de Complexidade pois, lembrando Bachelard, o simples não existe, só o simplificado. E para Edgar Morin, sistema é a palavra-raiz para a complexidade.

Queremos com este tema e com o seu foco, apontar para a necessidade de melhorar o nosso agir num mundo que percebemos cada vez mais complexo, utilizando para isso um quadro de referência [uma epistemologia] diferente daquele que usualmente empregamos quando queremos lidar com essas situações. Ou seja, é preciso desenvolver competências sistêmicas para aprender a lidar com situações de complexidade. E se ainda não temos entre nós a tradição de olhar de forma abrangente a conjuntura global, ou uma situação de complexidade, precisamos então aprender a olhar sistemicamente o mundo. Mas como dizia Heinz von Förster em um de seus famosos imperativos éticos “se quisermos ver, precisamos aprender a agir”. Pensamento e prática sistêmica formam, assim, uma dualidade horizontal, e se constituem em uma praxiologia, em uma ciência da ação eficiente, para melhorar nossa ação no mundo. Por isso, o praticante sistêmico se vê diante da possibilidade de se libertar do jugo determinista que o obriga a querer compreender cada vez mais uma situação de complexidade em seus mínimos detalhes para assim melhor controlá-la e manipulá-la. Ao invés disso, pode se engajar, através de práticas sistêmicas, com essas situações percebidas como complexas e problemáticas, para aprender a como lidar com elas e para as quais não pode mais ter a ingenuidade de querer encontrar “soluções”, mas para as quais deve ter a responsabilidade de procurar promover melhorias.

Para tratar da temática deste III Congresso Brasileiro e I Congresso Catarinense de Sistemas [que trata de prática sistêmica e complexidade] convidamos renomados professores que há muito tempo trabalham com pensamento sistêmico, prática sistêmica, cibernética e complexidade, e que são referências em suas áreas. Ficamos muito honrados de poder contar neste congresso com a presença da Profa. Maria José Esteves de Vasconcellos, e dos Professores Markus Schwaninger, Ion Georgiou, Acyr Seleme e Dante Pinheiro Martinelli, que organizou os dois primeiros congressos brasileiros de sistemas.

Organizar e sediar um Congresso, não seria possível sem a decisiva participação e colaboração de muitas pessoas e instituições. Por isso, quero desde já agradecer a todos os integrantes da Comissão Organizadora [aos meus colegas Alfredo Fantini, Luiz Renato D’Agostini, Sergio Pinheiro e Sergio Martins, às estudantes Andréa Hoffmann e Giane Nunes e aos estudantes Luiz Alejandro Gutiérrez e Luis Freitas], assim como ao Prof. Dante Pinheiro Martinelli. Em nome da Comissão Organizadora quero agradecer também ao CNPq, à Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (FAPESC), ao CREA-SC, ao CCA-UFSC, ao Sindicato dos Eng. Agr. de Santa Catarina (SEAGRO), ao Centro Universitário de Franca (Uni-FACEF), à Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de SC (EPAGRI) e à Editora Atlas. Sem o apoio financeiro e institucional destas instituições, não teria sido possível realizar este Congresso.

Para terminar, quero lembrar uma vez mais Heinz von Förster que, em um outro imperativo ético, nos lembra que “devemos agir sempre de modo a aumentar o número de possibilidades”. Que este congresso possa nos ajudar a aumentar o número de possibilidades no mundo em que vivemos e construímos, e que se constitua também, pelo nosso agir, em um espaço de lucidez para aprendermos a lidar com situações de complexidade.

Sejam todos muito bem-vindos! Sintam-se em casa! É um prazer e uma honra poder recebê-los.
Muito obrigado!

Sandro Luis Schlindwein
Presidente da Comissão Organizadora
Florianópolis, 24 de outubro de 2007."








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