Friday, December 01, 2006

Crescimento econômico e pensamento único

Com a divulgação, ontem, pelo IBGE, da taxa de crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre deste ano, foi possível observar, mais uma vez, a manifestação dogmática do pensamento único em Economia. Em outras palavras, um exercício explícito de medianidade feito por quem tem acesso privilegiado aos meios de comunicação, representando setores pouco progressistas da sociedade brasileira. É a persistência da crença que crescimento econômico seria sinônimo de desenvolvimento, de melhores condições de vida para a sociedade brasileira. É o que Costanza chama de "default western vision". Ora, na década de setenta o Brasil era o país que mais crescia no mundo e nem por isso a miséria de grande parcela de sua população foi diminuída. A China, tomada atualmente quase sempre como referência nesta discussão, cresce às custas de um desastroso impacto sobre o meio físico (do qual a hidrelétrica das Três Gargantas é o exemplo mais emblemático) e da persistente exclusão da absoluta maioria de sua população, que continua pobre e miserável a despeito dos vários anos de "grande" crescimento econômico. O pensamento único em Economia é, assim, analítico e linear, ou como já dizia Georgescu-Roegen, baseado nos princíos da mecânica clássica...(continua)