Neste blog apresento e discuto assuntos relacionados à complexidade e ao pensamento e prática sistêmica, bem como outros assuntos da vida acadêmica e do meu interesse
Sunday, August 29, 2010
"Einstein, Bohr e a realidade"
Este é o título de hoje, domingo, 29 de agosto, de Marcelo Gleiser em sua coluna na Folha de São Paulo. Ao ler a coluna fica claro como que para um físico "ortodoxo" é mesmo difícil se livrar de certos modelos mentais. Talvez isso explique o curioso "subtítulo" da coluna: "O determinismo da física clássica, a do cotidiano [sic], é só uma aproximação da realidade mais incerta". Não pretendo me estender aqui, mas por acaso a mecânica quântica não faz parte do cotidiano? E haveria uma realidade menos incerta? O que é a realidade? É realmente curioso, e interessante, como quase sempre somos "reféns" dos modelos mentais que esposamos, no caso, da separação homem-natureza. O professor Marcelo diz logo no início de sua coluna de que haveria um limite para o conhecimento que podemos adquirir sobre o mundo, não como consequência dos nossos cérebros ou das ferramentas que usamos para estudar a realidade física, mas porque faria parte da própria natureza. Mas os seres humanos e os seus cérebros por acaso não fazem parte da natureza? Apesar do professor Marcelo caracterizar em seu artigo tanto a posição da física clássica quanto da mecânica quântica, não deixa de revelar sua preferência (ou seria crença?) quando para argumentar porque a "disputa" continua em aberto, afirma que a mecânica quântica exibe propriedades bizarras, e efeitos não locais. Ora, esses fenômenos são bizarros somente para quem adota a posição da física clássica! Nunca é demais lembrar Humberto Maturana, e tantos outros ciberneticistas de segunda-ordem, para quem "tudo o que é dito, é dito por um observador".
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